A Turquia e a Síria foram devastadas por um terremoto, Recife teve a chuva de um mês em dois dias e eu, em 2 meses, passei por uma tempestade com direito a furacões destruidores (que nem se compara com os cenários citados anteriormente, mas ok). Nesse período, Glória Maria faleceu e eu me vi em suas falas, mas não nas que tratavam de coragem ou lições de como viver bem a vida. Me identifique com suas falas sobre câncer pois eu, no alto dos meus 34 anos, recebi o assustador diagnóstico: neoplasia maligna.

Atropelada por uma carreta, as coisas iam piorando a casa exame. Uma lesão pequena virou maligna, que virou um procedimento que daria super certo e não deu, que virou uma cirurgia maior e culminou em uma histerectomia. Não deu tempo nem de chorar direito, só de seguir adiante igual aquela frase que diz para ir com medo mesmo. Eu fui.

Quinhentos e cinquenta e sete cenários diferentes foram visualizados na minha cabeça e a maioria deles negativos, fazendo jus à minha essência pessimista. Mas no fim, que não é bem um fim, mas uma continuação, o resultado foi excelente: câncer totalmente retirado e sem necessidade de tratamentos coadjuvantes.

Não deu tempo nem de chorar. Ficou o susto, coisas para assimilar, o corpo para recuperar e uma vontade enorme de viver e ganhar o mundo. Agora eu sigo com mais algumas cicatrizes.

Foto: autoria própria.