Eu estava em paz quando você chegou, canta o Nando Reis o tempo inteiro na minha rádio mental. Então você puxou assunto e disso o match foi tão rápido que não deu tempo nem de me assustar. Não me assustei com você. Não quis me esquivar, apenas fui e deixei você entrar, sentar no sofá, invadir minha cozinha, quarto e provavelmente o coração. A casa ficou pequena para nós, nossas conversas e risadas. O chão da sala foi testemunha da nossa conexão e até hoje meu colchão tem um espaço livre que eu gostaria que fosse preenchido por você, mas não será.

A rapidez de tudo fez tumulto, bagunçou tudo e cá estou com você na minha mente, esperando que o celular me mostre uma notificação sua para que possamos voltar a conversar como antes. Sinto sua falta, apesar de certa mágoa pelo que nós já sabemos bem. Eu estava em paz, daí você chegou com esse jeito simpático e todas as coisas em comum, e tudo virou essa confusão que está aqui dentro e que não há nada que eu possa fazer além de esperar que o tempo se encarregue de tirar você da minha memória tão tumultuada pelo teus olhos cor de mel e teu sorriso. Ah, teu sorriso é tão lindo, principalmente quando o vi tão de perto e tão meu por alguns momentos. Gravei na memória cada detalhe, o som da tua voz, teu corpo deitado no chão da sala enquanto contava coisas da vida, o cafuné no cabelo e no teu rosto enquanto eu observava cada sarda da tua pele branquinha, teus olhos nos meus, você me dando tchau de madrugada.

Nosso tempo era contado, eu já sabia. Mas a gente não controla os sentimentos e nem o coração, que resolveu de uma hora pra outra mostrar que sim, é possível sentir algo novamente, mesmo que pela pessoa errada. E apesar da bagunça, guardo comigo o relicário de mais um amor eterno de um dia, na verdade dois.

Foto: Kooness