"E que tal uma chaleira? E se o gargalo abrisse e fechasse quando o vapor saísse, funcionando como uma boca que pudesse assobiar melodias bonitas, recitar Shakespeare ou simplesmente rachar o bico junto comigo?"
Assim começa um dos livros mais
sensíveis que já li. Extremamente Alto & Incrivelmente Perto, do Jonathan
Safran Foer consegue ser um livro sensível, engraçado e triste, tudo ao mesmo
tempo. Lembro-me bem de como surgiu o meu interesse de ler essa obra, após ler
uma ótima resenha feita pela Nina, na qual ela falava muito bem do livro. Depois disso,
veio a vontade de compra-lo, o desgosto ao ver o preço e a alegria de vê-lo em
promoção na tão conhecida Black Friday. Resultado: comprei. Constatação
posterior: foi uma ótima aquisição. Depois disso, resolvi que ele seria o meu livro de janeiro do Desafio Literário.
O livro conta a história de
Oskar, um garoto extremamente especial e apaixonante. Ele tem algumas
particularidades: não pode falar palavrões, é fã do Stephen Hawking, adora
escrever cartas e fotografar com a velha câmera do avô, faz roxos em si mesmo e
vive criando invenções que ajudem a humanidade. Para se apresentar, Oskar criou
um cartão de visitas para si:
No início do livro e da saga de
Oskar, ele está no closet dos seus pais, onde quebra um vaso por acidente e
descobre dentro dele um envelope que contém uma chave e o nome “Black” escrito
em um dos lados. Acostumado a resolver pequenos mistérios com o pai, Oskar
acredita que a chave e o envelope são uma das pistas que seu pai lhe deixou,
por isso ele sai testando a chave em todas as fechaduras que conhece, mas
nenhuma serve. Aí começa a investigação toda e a sua busca para encontrar o significado
da palavra “Black” e a porta a ser aberta por aquela chave.
Ao longo do livro, vamos
conhecendo não só Oskar, mas nos deparamos também com a história da sua
família. Com capítulos intercalados, Foer vai nos dando detalhes da vida dos
avós de Oskar que nos ajudam a compreender não só a vida do garoto, mas como as
coisas chegaram a ser como são. Sobreviventes do bombardeio de Dresden, a
história entre Thomas e a avó de Oskar é permeada por traumas, reencontros e
subjetividade. Além disso, outro ponto interessante da história dos dois é que
Thomas, traumatizado desde o bombardeio, não fala e por isso utiliza a escrita
para se comunicar. E são os seus escritos que enriquecem ainda mais o livro.
Acredito que, assim como a Nina citou na sua resenha, o que melhor define os
diálogos de Thomas está nessa resenha:
“A narrativa, que não é conduzida apenas por frases e parágrafos, também nos traz por palavras dispersas, grafismos, cores, fotos, códigos numéricos e textos sobrescritos – uma inteligente metáfora para os personagens de Foer, pessoas que amam profundamente, mas têm extrema dificuldade em dizê-lo. Tais recursos são muito mais que maneirismos estilísticos; exemplificam a dificuldade de estabelecer comunicação e de achar as palavras certas no momento certo.”
“A narrativa, que não é conduzida apenas por frases e parágrafos, também nos traz por palavras dispersas, grafismos, cores, fotos, códigos numéricos e textos sobrescritos – uma inteligente metáfora para os personagens de Foer, pessoas que amam profundamente, mas têm extrema dificuldade em dizê-lo. Tais recursos são muito mais que maneirismos estilísticos; exemplificam a dificuldade de estabelecer comunicação e de achar as palavras certas no momento certo.”
Para mim, os capítulos mais
emocionantes são os que retratam a vida dos avós do menino e as cartas que eles
escrevem. Foram os trechos em que mais chorei. Mas de uma forma geral, o livro
todo é emocionante, pois acompanhamos o drama do menino que perde o pai e
precisa enfrentar o luto à sua maneira. Além disso ainda vemos a luta da sua
mãe e o próprio drama dos avós. É um livro sensível e visualmente rico, já que é
cheio de fotografias e detalhes que nos dão a sensação de estarmos diante do
que é falado no texto, como os recortes de jornal, as folhas dos cadernos de
Thomas e, muitas vezes, a sua forma de escrita angustiada. A meu ver, isso faz
com que a leitura desse livro em formato digital perca a graça. Essa é uma obra
para se ter em mãos.
Existe a adaptação
cinematográfica desse livro, com o Thom Hanks e a Sandra Bullock como os pais
do Oskar, que foi indicado ao Oscar 2012 nas categorias Melhor Ator Coadjuvante
(para Max von Sydow) e de Melhor Filme. Confesso que ainda não assisti e que
estou com aquele receio de que o filme não esteja a altura do livro, mas ainda
assim acho que vale a pena. Só deixo uma dica, preparem os lencinhos.
Atualizando: Assisti o filme e fiquei tão "coisada", que acabei fazendo um livro versus filme lá na Revista 21. Confiram e comentem!
Fiquei louca para ler *-*
ResponderExcluirNão tinha ouvido falar ainda...
Achei seu blog pelo Google ensinando um tutorial de como colocar música no post. Adorei seu blog, definitivamente. Sobre o post: nunca tinha ouvido falar sobre esse livro, gostei, achei diferente.
ResponderExcluirBeijos!
www.likeparadise.com.br
Eu já estava louca pra ler o livro e depois desse post então... virou uma situação de emergência! Quero já! *-*
ResponderExcluirresenha perfeita.
ResponderExcluirum beijao
Parece muito bom mesmo! Vou incluir na lista dos que quero ler!
ResponderExcluirBeijos!
Oi
ResponderExcluirParece ser um livro muito interessante e vou ver se vejo o filme também ;)
Beijinhos
Renata
Escuta Essa
http://www.facebook.com/BlogEscutaEssa
@blogescutaessa