M.,
Ultimamente tenho me sentido como um enorme buraco. Sabe como é se sentir assim? Talvez não saiba, tudo bem. Me sinto um pouco assim todas as vezes em que brigamos. Hoje me sinto mais, mais vazia e mais amarga do que já era. Por que sim, tenho um lado amargo contra o qual eu luto todo santo dia para não ser arrastada por ele para o fundo desse buraco que eu teimo em enxergar.
Acho que o momento que eu mais temia chegou. Aquele momento em que as coisas saem do controle, tudo vira um problema enorme e a palavra 'adulto' brilha mais do que neon de motel barato. É, tornar-se adulto é inevitável. Mas também não precisa ser debaixo de uma briga tão feia, precisa?
Por que, ao invés de julgamentos e pré-determinações, uma conversa não parece mais atraente? Por que sempre são brigas e discussões? Por que nunca sei me defender diante de ti? Por que, por que, por que? São muitas perguntas, poucas respostas e uma raiva gigante que cresce aqui dentro de mim. Acho que vou matar alguém.
Estou sufocando nesse lugar. Essas pessoas que não se esforçam para me compreender estão me deixando azeda e eu sei que não sou e nem quero me tornar esse tipo de gente. Quero minha parcela de doçura de volta, meus sorrisos e a esperança que estava aprendendo a cultivar com cuidado para que ela não morresse de sede que nem planta do sertão.
Ouvi muita coisa e também falei demais. De nada adiantou, eu sei. Convivo com a certeza de que você nunca confiou em mim de verdade e também nunca teve orgulho de mim. Tudo bem, eu supero. Não consigo enxergar onde está o erro que você teima em apontar e não especificar, você aponta, mas não diz claramente. São algumas das suas atitudes das quais nunca esquecerei e nem entenderei. Tento, mas não consigo. Não somos os melhores exemplos de pessoas e acho que nunca nos entendemos direito. Apesar de tudo, eu te amo.
Você disse para eu 'me virar', por que agora seria cada um por si. Doeu a forma que tudo aconteceu e como está acontecendo, mas eu vou. Estou indo embora desse lugar. Não sei se quero voltar, sinceramente. Vou para longe, viver a minha vida e lutar pelo que eu quero. Vou conseguir, eu aprendo. Só te escrevo essa carta para te deixar minhas últimas palavras, por que o silêncio estava me ferindo.
Até um dia, talvez.
L.
Ps. não, não terminei com o Adriel (só para constar).
Imagem: 'Go away', por ~Crazy-Phoenix
Ultimamente tenho me sentido como um enorme buraco. Sabe como é se sentir assim? Talvez não saiba, tudo bem. Me sinto um pouco assim todas as vezes em que brigamos. Hoje me sinto mais, mais vazia e mais amarga do que já era. Por que sim, tenho um lado amargo contra o qual eu luto todo santo dia para não ser arrastada por ele para o fundo desse buraco que eu teimo em enxergar.
Acho que o momento que eu mais temia chegou. Aquele momento em que as coisas saem do controle, tudo vira um problema enorme e a palavra 'adulto' brilha mais do que neon de motel barato. É, tornar-se adulto é inevitável. Mas também não precisa ser debaixo de uma briga tão feia, precisa?
Por que, ao invés de julgamentos e pré-determinações, uma conversa não parece mais atraente? Por que sempre são brigas e discussões? Por que nunca sei me defender diante de ti? Por que, por que, por que? São muitas perguntas, poucas respostas e uma raiva gigante que cresce aqui dentro de mim. Acho que vou matar alguém.
Estou sufocando nesse lugar. Essas pessoas que não se esforçam para me compreender estão me deixando azeda e eu sei que não sou e nem quero me tornar esse tipo de gente. Quero minha parcela de doçura de volta, meus sorrisos e a esperança que estava aprendendo a cultivar com cuidado para que ela não morresse de sede que nem planta do sertão.
Ouvi muita coisa e também falei demais. De nada adiantou, eu sei. Convivo com a certeza de que você nunca confiou em mim de verdade e também nunca teve orgulho de mim. Tudo bem, eu supero. Não consigo enxergar onde está o erro que você teima em apontar e não especificar, você aponta, mas não diz claramente. São algumas das suas atitudes das quais nunca esquecerei e nem entenderei. Tento, mas não consigo. Não somos os melhores exemplos de pessoas e acho que nunca nos entendemos direito. Apesar de tudo, eu te amo.
Você disse para eu 'me virar', por que agora seria cada um por si. Doeu a forma que tudo aconteceu e como está acontecendo, mas eu vou. Estou indo embora desse lugar. Não sei se quero voltar, sinceramente. Vou para longe, viver a minha vida e lutar pelo que eu quero. Vou conseguir, eu aprendo. Só te escrevo essa carta para te deixar minhas últimas palavras, por que o silêncio estava me ferindo.
Até um dia, talvez.
L.
Ps. não, não terminei com o Adriel (só para constar).
Imagem: 'Go away', por ~Crazy-Phoenix
Acho que estamos num momento parecido Lu,só q no seu caso é um fim de algo longo, o meu de um possível começo. Mas que do fim venha algo bom! E não perca sua doçura, ninguém deve levar o que você tem de melhor.
ResponderExcluirAcho que a dor acompanha quem ama, sabe. Depois que tudo se acaba e o peito vira um buraco, só o que há é a dor, solidão também, mas as pessoas podem se recompor, há saídas, basta olhar atentamente. Ser você é o seu melhor, e ninguém mais nesse mundo pode ser você.
ResponderExcluirUm beijo e um abraço apertado,
Charlie B.
Para todo fim há um recomeço...
ResponderExcluirE para todo recomeço uma nova esperança.
Ótimo Texto
Eu fiquei com um gosto amargo na boca, um nó na garganta ao ler isso. Dói, Lu. A maioria das pessoas dizem coisas sem pensar, com a finalidade de nos doer propositalmente, e saber que isso acontece todos os dias não diminui o que sentimos cá dentro.
ResponderExcluirSorte doce.
M de mãe, não é?
ResponderExcluirLux, que brilhantismo, heim?
ResponderExcluirVocê escreve tão bem, sobre qualquer assunto... sempre.
E eu já sabia que não pro Dri! XD
BeijOcas
Que triste!
ResponderExcluirNem sempre temos poder sobre as nossas palavras, elas podem tomar rumos completamentes diferentes daqueles que pensamos!!
Feliz 2010!!
Brilhante!!!
ResponderExcluirÉ Lu, quando "...a palavra adulto brilha mais que neon de motel barato..." (Luciana)
ResponderExcluirÉ ralo, abismo e dor. E crescer dói mesmo. Mas, pela nota no rodapé do texto, esta carta que poderia ser uma dolorosa ficção, é a mais dura realidade de casais ou mesmo do crescimento humano - rito de passagem do crescer, a dois ou sozinhos.
Belo e triste texto do contexto das cotidianidades, urbanas ou rurais. Você escreve e descreve muito bem, e respira como poucos.
Um texto sem vírgulas, isto é excelente.
Ah que triste, tantos textos apaixonantes aqui, eu ja ia pedir se terminou o namoro, mas quando eu vi o p.s. até fiquei mais aliviada. Mas o texto ficou ótimo.
ResponderExcluirDificilmente a senhorita ficaria azeda, e se ficasse seria um azedo mais apimentado do que azedo por si só.
ResponderExcluirSão dos confrontos que os poetas se alimentam.
Eu fico longe por tanto tempo que quando chego me assusto. Imaginei que o M. fosse de mãe e me perguntei se a Lu (queridíssima) estava às voltas de sair de casa. Não vou comentar sobre aquilo que não sei, mas ofereço ombro e abrigo do seu amigo, o sumidão aqui.
ResponderExcluirLuv.
não se sufoque, respire fundo e viva
ResponderExcluirOi Lucy,
ResponderExcluirquem nunca provou do sentido dessas suas palavras? Quantas vezes já preferimos uma boa conversa a um sermão? O bom do desabafo é que as coisas ficam menos turbulentas, a dor é dividia.
Seus textos sempre tão intensos.
Um beijo.
Não azedume maior do que ficar calado.
ResponderExcluirBenefício nosso, ao lermos vc.
Perfeito!
...
ResponderExcluirEu tô com os olhos marejados e não consigo pensar em outra coisa pra escrever...
PS.: Tem um coment um pouco melhor no texto anterior... :*
Poxa, que triste
ResponderExcluirNão termina com o Adriel não, coitado
:P
bjs
Doeu em mim, Lu.
ResponderExcluirIsso de brigar, me faz tão mal. Aliás, a todos nós, não é?
Mas, fica bem.
Quem sabe as coisas melhorem.
Beijos :*
Olá Flor!!!
ResponderExcluirAmar às vezes dói tanto...
São sentimentos de alegria, dor, desilusão, amor e paixão...
Não sufoque lágrimas, deixe que elas se encarregam de aliviar sua alma!!
beijão
lindo seu blog