O gato comeu.
Durante toda a minha adolescência eu fui uma pessoinha romântica. Tive várias paixonites de colégio, uma paixão enlouquecedora e nada disso me rendeu coisas positivas. Como eu sempre escrevi muito em diários, tinha a mania de fazer cartas falando o que sentia e etc. e tal. Super imatura, mas eu era adolescente, oras.
Com o meu primeiro namorado veio aquela coisa toda de paixão arrebatadora, declarações de amor e muito açúcar escorrendo pelos poros. Nós éramos iniciantes nessa coisa de ser casal, então foi nossa primeira oportunidade de demonstrar afeto de verdade, um com o outro. Eu escrevia muito (e o blog entrou nessa história), fazia cartas e investia dias e dias planejando presentes e tentando ter ideias legais feat fofas para agradá-lo. Foram 5 anos nessa pegada com níveis astronômicos de glicose, quase uma diabetes.
Daí acabamos. Quer dizer, eu acabei.
Apesar de engatar outro namoro logo em seguida, meu nível de romantismo já não era mais o mesmo. Começo de namoro, tudo lindo, inspiração em alta e até que eu arranhava umas fofices. Mas como diz Joseph Climber, a vida é uma caixinha de surpresas. A vida adulta, de trabalhar e pagar boleto, te empurra em uma rotina que não ajuda muito na sensibilidade das pessoas. E eu sei que isso não é só comigo, todo mundo anda meio insensível ultimamente.
No meu caso, nesse momento, estou ouvindo Marcelo Camelo para tentar me deixar tocar pelo sentimentalismo das musicas dele, mas pensando em todas as vagas que tenho para fechar no trabalho, no curso de inglês que tive que faltar e nos problemas para resolver. E daí eu pergunto: cadê o romantismo que esteve aqui um dia?
Foto: Beatriz Leite
Foto: Beatriz Leite