"O amor é uma forma de violência que obriga as pessoas a pensarem".
[Gilles Deleuze e Felix Guattari]
[Gilles Deleuze e Felix Guattari]
Ontem eu fiz algo que não tenho o costume de fazer, li um mangá. Meu namorado, o dono do tal mangá, me avisou que a história do livrinho era triste, mas que também era bonita, e isso foi o que me motivou ainda mais a querer lê-lo. Apesar de correr o sério risco de ficar impressionada com a história, chorar litros e ficar com uma crise emo, comecei a ler ainda enquanto estava na faculdade (ou seja, deixei de estudar para ler o tal mangá! Não sigam o meu exemplo!).
O mangá em questão se chama Socrates in Love e é a coisa mais fofa. Fazendo um super resumo da história, Socrates in Love conta a história de Sakutarô e Aki, um casal de adolescentes que se conhecem ainda na escola, se descobrem apaixonados e começam a namorar. Narrado por Sakutarô e com um misto de comédia e romance, o mangá vai nos colocando dentro do cotidiano do casal e nos leva a um desfecho dramático (que não vou contar em detalhes). Anyway, só sei que esse bendito mangá me deixou enlouquecida e impressionada, como já era de se esperar. E sim, chorei litros.
O que achei legal, além da história em si, é claro, foi o que motivou o autor a escrever a história. Ele estava lá lendo um livro de filosofia, leu uma frase interessante e pronto, resolveu escrever. A questão é que a frase, que é a citada no início do texto, realmente nos leva a pensar e o mangá só ajuda. Não sei se é uma loucura só minha, mas eu acredito que a partir do momento em que começamos a nos relacionar com alguém, a amar de verdade, pensamos em tantas, mas tantas coisas que sinceramente acho que alcançamos um nível de paranóia mental.
Explico melhor e tomo os questionamentos de Sakutarô como base, já que ele pensa umas coisas como eu. Quando amamos, deixamos de pensar só em nós e passamos a nos preocupar com uma outra pessoa. A gente meio que enlouquece quando o outro fica resfriado e, no meu caso, morre de medo que algo aconteça a essa pessoa. Por isso concordo que o amor seja uma forma de violência. É uma mudança radical que nos leva a criar uma preocupação e um cuidado que muitas vezes nem imaginamos que poderíamos ter.
Sem falar no desamparo que sentimos só de imaginar uma vida sem a pessoa amada. Não sou de acreditar mais naquele clichê de "não posso viver sem você", mas acredito que uma vida sem aquela pessoa amada não tem a mesma graça, perde um pouco da cor. Mas casos são casos e eu só estou falando por mim. A única coisa que sei é que este mangá me deixou impressionada e me fez pensar (novamente) na fragilidade da vida e na importância de vivermos intensamente cada minuto como se não houvesse amanhã. Porque realmente o amanhã pode não existir e, com certeza, não existirá um dia.
Sem falar no desamparo que sentimos só de imaginar uma vida sem a pessoa amada. Não sou de acreditar mais naquele clichê de "não posso viver sem você", mas acredito que uma vida sem aquela pessoa amada não tem a mesma graça, perde um pouco da cor. Mas casos são casos e eu só estou falando por mim. A única coisa que sei é que este mangá me deixou impressionada e me fez pensar (novamente) na fragilidade da vida e na importância de vivermos intensamente cada minuto como se não houvesse amanhã. Porque realmente o amanhã pode não existir e, com certeza, não existirá um dia.
Para terminar, fecho com um trecho de Freud (meu painho! ♥) que exprime um pouco de tudo isso: "Nunca nos achamos tão indefesos contra o sofrimento como quando amamos, nunca tão desesperadamente infelizes como quando perdemos o nosso objeto amado ou o seu amor" (in O Mal-estar na Civilização).
- Ps. a imagem utilizada no post foi retirada do mangá.
- Ps². nem preciso falar que super recomendo a leitura, né? E para os que não gostam de ler mangá, Socrates in Love é inspirado em um livro chamado "Um grito de amor do centro do mundo", do Kyoichi Katayama.
- Ps³. para quem quiser, Socrates in Love está disponível para download aqui.
Fiquei curiosa quanto a leitura do mangá. Me deu uma vontade danada de viver um pouco dessa história. Outra, Freud nunca "me disse" tanto quanto agora.
ResponderExcluirde fato, eu te amo! e me apaixono mais a cada momento vivido, ou tempo passado, te amo meio que em uma loucura minha, nossa, mas te amo de um jeito assim que sem você só existe o lapis cinza.
ResponderExcluirTe amo minha flor que escreve tão bem!
Amo!
Lu, lendo seu texto só consigo dizer uma coisa: tenho medo de nunca mais amar desse jeito e tenho medo de voltar a amar desse jeito. Freud explica?
ResponderExcluirBjos
Concordo plenamente. E não só nos desesperamos com o que possa acontecer com o outro, como fazemos planos de estar sempre ao lado para que nada de mal aconteça ao outro. Como se fôssemos escudos de aço, sorrisos e felicidade impedindo o sofrimento da outra metade. Realmente é uma loucura sem tamanho. Mas se assim não fosse, não seria amor.
ResponderExcluirLindinho, Lu. E agora deu uma vontade danada de ler esse mangá. *-*
Concordo! O amor é um ato de sacrifício mas com grandes recompensas né :D você escreve muito bem!!
ResponderExcluirFiquei curiosa, vou procurar o mangá...
ResponderExcluirJá sobre o amor, ainda tenho medo dele.
Beijinhos.
É verdade.
ResponderExcluirQuando amamos conseguimos ser ao mesmo tempo as duas coisas, somos as pessoas mais fortes do mundo (se estamos ao lado do amado) e nos tornamos os mais vulneráveis e fracos (se estivermos sozinhos).
Gostei daqui :)
Olá, Luciana, bom dia!
ResponderExcluirHoje decidi dar uma olhada nos blogs que sigo, ainda que isso me atrase, rsrs, e assim cheguei aqui. Menina, eu acho que os mangás vieram substituir os antigos romances e até as fotonovelas das gerações passadas
(a minha inclusive! rsrs). Sei que há mangás cujas estórias são mais aventurescas e, digamos, masculinas, mas o fato é que a minha filha mais nova tem um monte desses livrinhos e eu sinto que o efeito que eles causam é talvez idêntico ao que causavam as literaturas citadas.
Beijoca!
Oi Lú.
ResponderExcluirNunca li um mangá, acho que tenho um certo preconceito, só não sei porque, nunca tive vontade de lê-los. Mas a história que você falou me fez realmente pensar, é exatamente assim quando amamos, uma mistura de medo e segurança. Quando li a primeira frase não compreendi muito o assunto, fiquei pensando que violência seria essa...e agora eu concordo. Deu vontade de ler ambos os livros, já estão na minha listinha pro futuro. :)
Um beijo!
Olá :)
ResponderExcluirAdorei o texto.
Eu adoro mangás e animes...vou procurar este ^^
Beijos e tudo de bom
....................
RIMAS DO PRETO
Na verdade acho que nunca li um mangá. Não sei porque motivo. haha
ResponderExcluirAcredito, fielmente, que quando estamos amando de verdade e percebemos que o outro fica mal também nos sentiremos assim. Amor é compartilhar, é viver é um monte de coisas que nem sabemos explicar. Só sei que também tenho medo de ficar sem qualquer pessoa que eu ame.
Lu,
ResponderExcluirConfesso que me deu vontade de ler. Como consigo?
Então. Eu concordo plenamente com o que você escreveu disse, e eu fico pensando aqui como seria não ter ninguém. Passei, por tabela, um sofrimento bem parecido quando o namorado da minha irmã morreu. Desde então, desacreditei no amor.
Fiquei curiosa e com certeza irei ler o mangá, apesar de não ser tão fã desse tipo de leitura. Porém, sua descrição me fez entreter e surgir esta vontade. Escreve muito bem!
ResponderExcluir:)
Nossa, achei o seu blog fantástico.
ResponderExcluirE me encaixo bem na frase do `painho`, acho que todos nos encaixamos.
Quase parei de ler quando vi um Aki escrito ali. Meu alarme já começou a gritar: "The rasmus, kd? Me dá!" Mas enfim, eu sou uma pessoa muito problemática mesmo.
ResponderExcluirSendo sincera, não sou chegada em mangás, mas não posso falar muito porque nunca li um. Odeio dizer que não gosto de uma coisa sem nem ao menos conhecer. Digamos que não há curiosidade pra mangás. Só que sua resenha me animou, e acho que vou baixar. Tô precisando de um amor triste.
E eu diria que o amor é uma droga violenta.
OMG, that's just SO TRUE.
ResponderExcluirEu assino embaixo de tudo o que você escreveu. E digo que eu também fico psicótica depois de ver um filme de amor triste ou um livro.
O amor é muito frágil. MUITO. Por que a vida é muito frágil. A gente tem que aproveitar tudo, sempre. :)
BJS
fui correr pra baixar. eu ando toda sensivelzinha e lá vou eu.
ResponderExcluirahaha
volto depois pra contar do que li. :)
beijão
Já tô baixando pra ler.
ResponderExcluirPrimeiro mangá da minha vida, rs.
eu amei essa historinha..........mais onde posso encontrar para ler ou baixar??
ResponderExcluirTem o mangá para baixar aqui, Milena:
ResponderExcluirhttp://yokaianimes.com/multimidia/mangas/360-socrates-in-love
Comecei a desenvolver meu livro ilustrado " Pindor " por com infruencia dessa obra de arte .
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