It's me!

34. Recifense morando em Caruaru.
Canceriana com ascendente em sagitário.
Psicóloga no RH. Viciada em café.

Luciana

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Pequena...

Imagem: 'Watercolors', por ~HELOHEB.




Quando era pequena, vivia rodeada de brinquedos e brincadeirinhas das mais diversas. Sua imaginação rápida era colorida com tantas cores pudessem existir no mundo que ela mal conhecia. Era de poucos amigos, geralmente brincava com aquele que só ela podia ver. Conversavam horas a fio e brincavam muito. Não achava estranho ter um amigo sem nome e que só ela via, mas guardava só para si esse segredo.

A hora em que sentava no terraço e divertia-se com todas aquelas bonecas iguais em suas diferenças, era o momento do dia em que ela se sentia uma pequena adulta. Enchia-se de orgulho ao reproduzir o mundo exatamente do jeito que via. Seus olhos, apesar de infantis e ainda miudos, conseguiam ver além. Ela podia enxergar sem medo, pois sua inocência infantil a defendia de preconceitos e de julgamentos tolos que os adultos geralmente fazem.

Pintar era outra coisa da qual gostava muito. Sentia-se realizada quando pegava sua caixa de lápis de 46 cores (sim, por que ela sentia o maior orgulho ao falar de suas 46 cores...) e aproximava-os de seu narizinho arrebitado. Aquele cheiro de lápis era como estar no paraíso, em um lugar em que as cores se misturavam nela e havia doces, flores e desenhos por todos os lados. Às vezes espalhava todos no chão, em sua baguncinha organizada de menina pouco princesinha, e ficava só olhando as cores, imaginando coisas, fascinada, por que para ela, cores são sentimentos, cada uma mostra alguma coisa. Talvez seja por isso que pessoas tem sua 'cor preferida'. A dela não era o rosa, como muitos poderiam imaginar. Gostava de todas as cores, pois como desenhar um jardim sem usar várias cores?

Era a princesinha dos pais, a pequena que corria e enchia a casa de presença. Ela adorava as histórias de princesas, mas não gostava de ser princesinha. Cresceu sem querer ser princesinha e realmente não era. Gostava da indelicadeza da vida, de falar alto e agir do jeito que lhe convinha. Continuava com aquela menininha dentro de si e talvez ela nem estivesse tão dentro assim. Às vezes se divertia tal qual na infância, só que sem os mesmos brinquedos. Hoje não eram mais bonecas ou o amigo imaginário, seus brinquedos eram as palavras, os sons e até mesmo as pessoas. Brincava de ser gente grande, de dar aulas e se achar menos inteligente do que realmente é.

Enquanto a paixão pelos lápis de cor... Essa permanece até hoje, exatamente como antes. De vez em quando joga os lápis na mesa, observa-os por um tempo, sente o cheiro deles e depois põe-se a brincar de desenhar nuvens para alguém especial. Ela cresceu, mas nem tanto. É criança-adulta, só depende do contexto... E adora quando lhe chama de 'pequena', apesar de não o ser mais.



- Luciana Brito -


Comentários

  1. E des de pequeno...
    ele guarda aquele,
    papel em branco...
    Colorir sozinho, não tem graça.



    Otimo Texto,
    Belos Sentimentos...
    Minha Pequena que tanto Amo

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  2. Quando eu era pequena não gostava de pricesas, achava elas chatinhas. Não gostava de rosa também.
    Influencia de meus irmãos, creio eu.

    Depois de adolescente eu me apaixonei por cor de rosa e me aceitei princesa a pouco... quando descobri que sou girassol pois tenhos vários amigos sóis.

    Que beleza de texto, amada.
    Belo conto mesmo.

    BeijOs Lux quiamo!

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  3. é tão gostoso a gente fazer coisas que gostamos de verdade.

    bjosss...

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  4. Gostei muito do seu blog.Parabéns.Vou segui-lo com prazer.Um abraço.

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  5. Lindo o texto..

    Botou os sentimentos na ponta do lápis..


    bjooooos luh :*

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  6. ...como seria bom se todo mundo conseguisse - e quisesse... - guardar pelo menos um pouquinho dessa alma de criança pra usar já na dita maioridade. Infelizmente, pra muitos, amadurecer é sinônimo de jogar fora todas as pinturas e quebrar, de vez, todos os lápis de cor, tornando tudo tão cinza...

    bju do alex...

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  7. Cara Lu, me identifiquei muito!!! *o*
    Achei super fofo... você descreveu essa menininha com tanta propiedade e encantamento que provavelmente você descreveu sua minininha interior. =)
    Eu sou praticamente essa dai, porém troco os lápis de cor pela lapiseira e caneta, paixão desde infância.
    Isso me trouxe muitas lembranças boas, de quando eu chegava na casa da minha vó e dizia: Vovó, me vê papel e cantea? E desenhava o dia todo. =)
    E é verdade, as crianças são lindas por estarem cruas digamos, não terem estes esteriótipos e preconceitos que a gente adquiri ao longo da vida...
    Beijocas mamis!!! <3

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  8. Desenhar! Ah, como é obm desenhar qdo se é criança. enqto desenhamos o mundo toma a forma do que está no papel e a gnt viaja naquele momento, nas figuras ainda contornadas de preto esperando que as cores os preencham...

    Bjm Lugrelaaaa

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  9. Eu queria ter sido anjinho assim...
    Eu provavelmente teria socado essa caixa de lapis de cor na bunda de um amiguinho \o/

    rs

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  10. É a criança matuta, arteira e artista que se esconde em cada um de nós...
    Reportei-me ao meu passado lendo-te!

    Lindo... beijos!

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  11. muito muito legal o texto x)de verdade *-* parabéns

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  12. Lulucita, já brinquei muito sozinho também quando pequeno. Tinha meus amigos, primos e etc, mas sempre gostei de ser ser independente, acho. Embora agora, já grandinho, eu me veja muito mais dependente de pessoas do que eu queria ser. Sempre adorei vida, gente, mas nunca quis precisar dela, entende? E, ultimamente, as indelicadezas da vida andam me tratando mal, rs. "Life's been treating me bad, misery"

    Bjs;

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  13. Que lindo!!! Palavras envolventes!!!!

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