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34. Recifense morando em Caruaru.
Canceriana com ascendente em sagitário.
Psicóloga no RH. Viciada em café.

Luciana

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Uma geração de órfãos



Manhã de quarta-feira e uma notícia no jornal. Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr. foi encontrado morto em seu apartamento. Não vou falar aqui sobre as possíveis causas, dizer que ele foi mais um artista legal que foi vencido por um vício e todo esse blá blá blá que a gente está vendo ser divulgado pela mídia. A questão é que, desde o momento em que vi a tal notícia, fiquei triste de uma forma diferente. Sei que ele não foi o primeiro artista que eu gosto e faleceu. Claro que não, tem muito mais gente na lista.

Apesar disso, a única coisa que me veio em mente foi "poxa, ele era um cara legal e fez parte da minha adolescência". Foi triste. E vi que não fui a única a me sentir assim. O Chorão foi uma das vozes que cantou a adolescência, que falou sobre como é viver no lado marginal da vida e de como os loucos também amam e só querem ser felizes. Cansei de cantarolar as músicas da banda, de me identificar com elas e de querer ser vida louca do jeito que eles sempre demonstraram ser. As músicas do Charlie Brown davam aquela vontade de ligar o foda-se e eu adorava isso.

A geração 1990/2000 está de luto. Para mim, o Chorão foi um poeta a seu modo, mesmo ele dizendo que não sabia fazer poesia (mas que se foda!). E não importa se ele teve letras ruins e foi porra louca até o fim da vida. Importa mesmo que ele consegui alcançar uma parcela da população que é problemática por natureza. E eu faço parte desse pessoal, dos que vão sentir falta e ainda vão sentir uma nostalgia tristonha ao lembrar que um cara tão legal se foi. Sentirei falta dele de algum modo, mas ainda bem que existem arquivos e suas músicas sempre estarão lá, ao alcance dos nossos ouvidos cheios de saudade.


E para aumentar a nostalgia, algumas das minhas músicas preferidas do Charlie Brown Jr.




Imagem: Google.

Comentários

  1. Realmente, uma perda para sentirmos. De todas as situações em que a única coisa que queria era ouvir Charlie Brown e pronto.
    E escolhemos a mesma música pros nossos posts, num foi? rs. Coincidências da vida.

    Beijão, gêmea.

    P.S.:Tá linda a playlist ;)

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  2. Sinto que ficou uma cratera na musica brasileira, principalmente no rock que já não ia muito bem e agora perdeu um dos maiores poetas da nossa geração. Mas, para mim o Chorão se tornou eterno e eu vou apresenta-lo as gerações futuras.

    Adorei a playlist. Antigas e mais novas, ótimas escolhas!

    É uma pena eu ter conhecido o seu blog em um post tão triste, mas fiquei feliz de conhecer. Adicionei para companhar.

    Beijos!

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  3. até agora eu nao acredito que aconteceu... sei lá, parece impossível
    e escutar essa playlist da uma NOSTALGIA do caramba

    Blog Thais Sempre Diz / Facebook

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  4. Lu... Eu ainda nao realizei que nao vou ve_lo mais no palco cantando e andam de skate... Chorao era meu cara perfeito da adolescencia... Triste demais... Play linda...

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  5. Charlie Brown embalou toda uma geração complicada, cheia de dúvidas e marcada por esteriótipos. Ser fã do Chorão era aprender a ligar o 'foda-se' e ser feliz do nosso jeito, sem se preocupar com essa porra de sociedade.
    Era não usar sapatos, odiar gente chique. Não saber fazer poesia, mas que se foda!
    Era pagar as contas, ser limpinho, e não "como você filho da puta viadinho".
    Era encontrar nas letras de músicas do rock nacional, o conforto pra uma geração problemática, como você disse Lu. Era nos encontrar e ver que não estávamos sozinhos.

    Era olhar pr'aquele cara largadão, louco e enxergar o coração que escrevia essas letras maravilhosas, algumas que são pura poesia, mesmo ele não sabendo fazer.

    Era sentar em frente a tv às 17:30 para assistir Malhação e ouvir toda aquela trilha sonora.

    AAAAI Lu. Tu apequenou o meu coração, como diria a MF.
    Que saudade, que saudade.

    Outra playlist que vai ficar nos meus favoritos, pra eu ouvir, ouvir, ouvir, até que a melodia cure o vazio que ficará.

    Um beeeeeeeeeeijo sua linda demais.

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  6. Emocionante o teu texto Lu. Traduz bem a sensação que se espalhou em mim e nas pessoas que sempre ouviram as músicas do Chorão, e ao seu modo poetizava lados lindos da vida, das pessoas, dos sentimentos.

    É uma lástima. Mas as músicas dele hão de permanecer pra sempre tocando.

    Lindo!!

    Beijo!!

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  7. Pode parecer inconveniente de minha parte, mas o Chorão nunca foi um poeta. Também não fez parte da minha adolescência. Com certeza ele e sua banda representaram uma mudança no cenário musical, mas eu não diria que isso ocorreu em uma geração inteira. Mesmo assim, a forma como ele morreu me fez parar pra pensar em muitas coisas - no quão sozinhos estamos, foi uma delas.

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  8. Temos a mesma idade, mas o engraçado é que não sinto o CBJ como parte da minha adolescência... O fato é que foi uma perda sentida pela forma que aconteceu, como a gente é tão vulnerável sozinho.

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