It's me!

34. Recifense morando em Caruaru.
Canceriana com ascendente em sagitário.
Psicóloga no RH. Viciada em café.

Luciana

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Revirando o tempo que passou...

'memories', por ~Pathogens


É mais fácil
Cultuar os mortos
Que os vivos
Mais fácil viver
De sombras que de sóis


Vez em quando fico revirando o passado guardado na minha caixa preta. Admito que chego a me surpreender com o que encontro, coisas que nem eu sabia que lembrava e guardava. Um pensamento bom vindo de lá, outro não tão bom assim vindo de cá. É assim, nostalgia quando bate dói. Pode ser uma dor de prazer ou de sofrimento. Admito-me masoquista às vezes. Um masoquismo necessário.

É mais fácil
Mimeografar o passado
Que imprimir o futuro...


Jogo agendas pelo chão e folheio página por página em busca do que já fui em tempos não tão distantes assim. Uma poesia da Florbela Espanca remete àquela cena melodramática de menina de 14 anos jurando-se apaixonada pela primeira vez. Também aquele trecho música, "amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada", tantas vezes escrito à espera do príncipe desencantado. Vários papéis de chocolate. Um desenho de presente, caricato, bizarro e fonte de altas gargalhadas.

Não quero ser triste
Como o poeta que envelhece
Lendo Maiakóvski
Na loja de conveniência


Abro o baú, dessa vez pensamentos e textos. Revirei minhas páginas passadas, amareladas. O vi lá. Estático. Parado no tempo, um tempo que era "nosso", parou e não volta. Nem eu quero voltá-lo. Deixa lá o tudo e o nada, todas as coisas que insisto em dizer que foi-bom-enquanto-durou-mas-acabou-e-pronto. Outras tantas coisas já joguei fora. Sou daquelas que precisa de faxina para esquecer e superar, passar a página e seguir escrevendo novas letras. Joguei fotos separadas, palavras dedicadas e outras atiradas. Tudo ao lixo. Ao recanto das coisas que ficam no pensamento só como lembrança, sem dor, amor ou culpa. Só imagens e nada mais.

Nem quero ser estanque
Como quem constrói estradas
E não anda


Em pouco tempo fiz um passeio por inúmeras coisas. É nesse ponto que entra minha dor masoquista. Aquela que me mostra que gosto de sofrer para esquecer, me manter longe e com foco no presente. Daí digo que não chega a ser dor de verdade, é aversão, repulsa necessária. Se existe um passado a reviver, é um passado mais que próximo. O qual desejo e revivo todos os dias com o mesmo gosto doce de morango que existia no dia em que foi presente. O passado dos nossos ontens que ainda parecem hojes. Um novo "nós". Meu, teu e ainda por cima, nosso.

Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas
('Minha Casa' - Zeca Baleiro)

Comentários

  1. O suspiro grande, que faz passar a vida aos olhos, e passa, e passa.... mais uma memoria não me sai, o dia em que te vi, o dia em que te conheci, não a memoria de sua face, ou jeito, palavas.... mais sim a memoria do me Eu, foi naquele dia, em que finalmente ergui a cabeça, e me veio uma estrela aos olhos.... e assim meus passados que era tão presentes, se foram... e esse peresente, passado, um tanto futuro.... Nosso!

    Amo minha escritora,
    essa minha exclusiva, Te AMO minha FloR!
    Beijos dos mais Doces Morangos!

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  2. Sem dor, amor ou culpa. Só imagens e nada mais. Gostei !

    Bjooos Luh !

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  3. Luciana, Luciana..

    Como eu também gosto de revirar o baú, e, como é mais tranquilizador viver nele.
    Mas, é sempre desesperador quando o baú se fecha. Caio na real de onde estou e percebo que não esqueci, que não me curei.

    Lindo post, flor.
    Baleiro fazendo a trilha sonora tornou tudo ainda mais encantador.

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  4. Adorei o post.
    Adorei aqui.

    Beijo

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  5. Quem não revira o baú passado vez ou outra?

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  6. Semana passada fiz a mesma coisa. Abri caixas de papelão empoeiradas em cima dos armários pra encontrar o meu passado.

    Bjs!

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  7. Adorei o selinho, e tenho que agradecer o carinho, e seus comentarios no meu blog que sempre me ajudam a refletir em tudo. Dessa vez tenho que dizer que quem merece um premio por aturar minhas oscilações de humores são vocês! Muito obriga Luh.

    Agora vamos ao post de hoje, eu fiz uma limpa na caixa laranja (bom, tenho uma caixa laranja box em que guardo tudo). Coloquei uma musica muito hiper animada e alta e tirei o peso do passado da minhas mãos. O que vale ser lembrado e pensamentos estão em minha mente e no Mundo Gusta. Fiquei satisfeito com o resultado da minha limpeza de caixa.
    Apesar de estar em um momento meio deprê, estou mais leve sem minha porta instantanea ao passado.

    Apesar de adorar essas horas nostalgicas! CONFESSOOOO!! HEHE

    Beijo e muito obrigado de novo!!!

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  8. Gostei do teu espaço, depois volto pra apreciá-lo com calma! Bjs

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  9. "Aquela que me mostra que gosto de sofrer para esquecer, me manter longe e com foco no presente. Daí digo que não chega a ser dor de verdade, é aversão, repulsa necessária. Se existe um passado a reviver, é um passado mais que próximo."

    Engraçado...como isso costuma acontecer comigo.
    Sofrer.pra esquecer.Uma hora esquece, as cosias ruins!

    Gostei daqui!
    ;p~

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  10. Ai ai... mexer em minha caixa me dói... mas as vezes eu gosto!
    Masoquista!
    Mas olhar o que passou ensina como melhorarmos para o futuro!

    Um beijO

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  11. ... ta tudo tão bonito por cá. saudades deste canto!

    ^^

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