It's me!

34. Recifense morando em Caruaru.
Canceriana com ascendente em sagitário.
Psicóloga no RH. Viciada em café.

Luciana

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Vazio





“É só hoje e isso passa

Só me deixe aqui quieto

Isso passa

Amanhã é um outro dia

Não é?...”

(“A Via Láctea” – Legião Urbana)







De onde vem esse vazio que toma conta do meu ser?



Há um vazio que exerce domínio sobre de mim e não me deixa evoluir sem dor. É algo que invade o meu ser e por mais que eu tente livrar-me dele, ele insiste em me acompanhar durante os longos dias de minha vida. Não há nada que o apague de mim, nada que preencha esse espaço indefinido e ao mesmo tempo tão forte a ponto de incomodar. Sinto-me mais uma nesse mundo grande e avassalador... É paradoxal, sinto-me mais uma e ao mesmo tempo sinto-me apenas uma alma sem rumo...



Talvez não seja algo tão incomum como penso, já que estamos vivendo o tempo em que a depressão domina por causa da falta de valores e busca desenfreada pelo gozo de ter tudo que é desejado. O tempo da perversão onde o sintoma principal é a depressão da população que busca tudo e não é nada. Felicidade aparentemente comprada e paga em suaves parcelas de vazio existencial do ser que a comprou. De que adianta ter tudo e não ser nada?



E os frustrados que não conseguem esse “tudo”, alguém sabe deles?

Eles viram a minoria depressiva, solitária e escondida da sociedade. Alguns conseguem sobreviver e acabam aprendendo a conviver com isso, mas são poucos que conseguem.



A depressão do tempo moderno ataca a todos. Os sintomas são visíveis, há um esvaziamento das pessoas, a auto-agressividade aumenta e surgem os depressivos tão facilmente encontrados hoje. Sentir que a vida não vale a pena, ser pessimista, apresentar inquietação e tantos outros sintomas são comuns nas pessoas depressivas... Estou entre elas? Sim, creio que sim.



Não é a primeira vez que os pensamentos desse tipo invadem minha mente como fortes ondas que alteram o estado anterior de calmaria do mar. Volta e meia eu penso nisso, mas qual o problema? Sentir-se triste já é algo que não me surpreende mais, são tão “comuns” que já fazem parte de mim, não saio do estado em que não me importo com as coisas, pelo menos nesses momentos consigo alguma clareza de pensamento e acabo escrevendo essas coisas que estão aqui.

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