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34. Recifense morando em Caruaru.
Canceriana com ascendente em sagitário.
Psicóloga no RH. Viciada em café.

Luciana

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O falso-self: máscaras do dia-a-dia



Mais uma vez abordarei um tema que surgiu em uma das poucas, se não a única, aula boa da semana, a de Desenvolvimento psicológico II (Sou fã da professora!!! – quero ser como ela quando crescer... \o/).

Continuando com Winnicott, hoje abordo outro conceito dele e que se relaciona com o conceito de criatividade, é o conceito de “falso-self”.

Primeiramente, o que é que chamarei de Self nesse artigo?
A palavra Self pode significar “si mesmo”, ou seja, pode-se considerar o self como o “Eu” de uma pessoa, a sua parte subjetiva.

Bem, para Winnicott, através da relação com uma mãe suficientemente boa (nem boa demais, nem de menos, simplesmente suficientemente boa), o bebê vai maturando o ego – isso se dá em três etapas (não vou descrevê-las aqui para não me estender mais). Primeiro ocorre a integração do ego do bebê, que se dá em três “fases”: (a) Dependência absoluta, onde o bebê passa de um estado de não integração (ele não se reconhece como “inteiro”) para um estado de maior integração. Nessa etapa, Winnicott, dá ênfase ao holding, que é o modo como a criança é segurada e que proporciona segurança e o sentimento contínuo de existir; (b) Constituição do “self” ou dependência relativa, onde o ego se desenvolve por identificações projetivas e introjetivas e há a emergência de sentimentos de ser real e a consciência de uma identidade por parte da criança; (c) Falso self, que é provocado por um ambiente insuficiente e que tem como função a proteção, dissimulação ou dissociação do verdadeiro self.

*O Falso-self Como falei antes, o falso-self tem como funções, a proteção, dissimulação ou dissociação do verdadeiro self, e isso é provocado pelas demandas do ambiente. Pode-se dizer que esse falso-self é como uma máscara que criamos e usamos para nos proteger do ambiente externo (ou será de nós mesmos?... não sei!). Existe algo como um “padrão” de normalidade para este falso-self, onde, dependendo do “nível” de atuação desse falso-self, a pessoa pode perder completamente a sua noção de mundo, ou seja, seu self. Esse seria o caso de pessoas esquizofrênicas, que “criam” uma nova realidade em seus delírios e simplesmente “desprezam” a realidade original.

Normalmente as pessoas usam seu falso-self. Mas de que forma?... Bem, vou mostrar minha visão disso. No dia-a-dia, como falei no outro artigo sobre a criatividade, as pessoas vivem de uma maneira não criativa, onde são controlados pela rotina que estabeleceram, mas que não conseguiram mantê-la a uma certa distância de seus sentimentos. No meio dessa falta de criatividade e anoitecimento pelos impactos da vida, as pessoas acabam criando máscaras para conseguirem se enquadrar ou se proteger das demandas da sociedade e, até mesmo das suas demandas. São essas máscaras que chamamos de falso-self em Winnicott.

- Já parou pra pensar nisso? Você é você mesmo durante as 24h do dia?

Mais uma vez me perdi nesse momento da aula, pois os pensamentos começaram a fluir e eu afundei na minha medíocre posição de um ser humano qualquer, que não vive criativamente e que ainda tem máscaras para se proteger dos humanos.

Ao acordar e começar a executar a grande rotina dos dias, muitas pessoas utilizam máscaras para cada situação e nem se dão conta disso, pois é como se ligassem o piloto automático e só parassem à noite. Guardar para si o que sente e demonstrar ser ‘de bem com a vida’, ou pelo menos alguém que consegue sobreviver aos dias sem que ninguém perceba que, por dentro, está sangrando, eis uma máscara comum e talvez bastante conhecida. É uma forma de evitar o sofrimento de ser excluído, de parecer frágil demais, sei lá... É uma forma de evitar a angústia causada por essas situações, eis o falso-self em uma de suas funções.

Enfim, esse falso-self é necessário e existe em todos nós, o que varia é o “nível” em que ele atua, que se for elevado, pode haver completa dissociação entre a realidade “externa” e a “interna” (criada pela pessoa e adotada como única).

E aí, qual o “nível” do seu falso-self?

Comentários

  1. Não sei qual é o meu nivel de "falso-self",mas juro que assim que descubri eu posto aqui...

    A sociedade perde-se diante tantas máscaras e sorrisos falsos,hoje isso é "normal".

    Uma coisa que me indaga depois de ler o artigo foi:máscaras falsas...agora não existem máscaras verdadeiras?Afinal,ninguem é triste o dia inteiro,ninguem é feliz o dia inteiro...ou não existem máscaras no verdadeiro "eu"?

    Quem sabe pode ser tema para um próximo artigo,com alguma teoria.

    Ps:A foto desse artigo me assusta um pouco '-'


    Beijos
    ^^

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  2. Oláááá, tudo bem? Minha amiga de faculdade (psicologia) faz um curso de psicanalise e me falou sobre a aula de falso self por que temos uma amiga que sofre disso...enfim procurei sobre tal assunto na internet e achei seu blog, gostaria de saber se posso usar a sua postagem (dando todos os creditos claro) em meu blog...pois tenho conhecidos que se entereção e achei sua explicação maravilhosa. Se puder me responder meu e-mail eh pami.marcondes@gmail.com e meu blog é www.meusdiascomvocs.blogspot.com


    Desde já obrigada

    bjãoo

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